domingo, 22 de março de 2015

Voodoo Jive: The best of Screamin' Jay Hawkins

Como diz o nome, o disco tem as melhores músicas do precursor do Shock Rock, que com suas performances teatrais e macabras no palco, influenciou artistas como Alice Cooper, Kiss, e todas essas bandas que fazem do show um espetáculo teatral com o intuito de chocar. No palco, Hawkins usava acessórios de voodoo, saia de dentro de um caixão e cantava como um maluco.
Esse disco começa com seu maior sucesso, I put a spell on you, de 1956, que já define o estilo todo do disco. Gritos da voz potente de Hawkins e um som baseado no blues que por vezes é macabro e outras vezes parece que foi feito por alguém com sérios problemas mentais. A segunda faixa, Little demon, também merece ser citada. A música, que de longe se percebe que foi feita por volta das décadas de 1950 e 1960, é bastante animada e tem um refrão que seria algo como "hmbapmabmmba hmbababapmba" e outros gemidos indecifráveis. 
Entre as variações de som durante o disco, há músicas românticas, como Person to person, onde chama a atenção a força da voz de Screamin Jay Hawkins; e You made me love you, que apesar de ser uma musiquinha muito bonita, o vocalista também dá seus gritos estranhos. Em se tratando do fato de que o músico tinha a intenção de chocar, a faixa I hear voices é, nesse disco, a que mais consegue atingir o objetivo.  Orange colored sky que ficou conhecida pela versão de Nat King Cole, e recentemente foi gravada por Lady Gaga, também está no disco, mas claro, com o estilo esquisito do Screamin Jay Hawkins. Em geral, o disco é um ótimo resumo da obra desse artista.






quinta-feira, 19 de março de 2015

Velotroz - A banda do futuro apresenta espelho de sharmene (2012)

De início percebe-se que trata-se de mais uma banda de rock moderninho, mas logo após a introdução o som fica mais surpreendente. A letra da primeira faixa, Moda de samba, somada ao rock com elementos da MPB e samba, traz um resultado interessante. Em Louva Deusa voz de Giovani Cidreira, com seu sotaque soteropolitano (que por vezes faz o som parecer um Lirinha um pouco mais modernizado) se encaixa perfeitamente com o instrumental, que tem a bateria seguindo uma linha de samba e as guitarras e teclado dando uma sonoridade de rock setentista.
A capa do disco (uma mulher nua sentada, coberta apenas por um pano, deixando apenas um seio à mostra) resume bem o Velotroz, dando um ar "vintage", mas ao mesmo tempo "quero ser moderno". Não costumo me interessar por bandas e artistas que fazem questão de ter "letras inteligentes" o tempo inteiro, me soa um tanto forçado, mas o som faz o EP valer a pena. É interessante a forma como os músicos conseguem deixar a modernice do rock alternativo atual (que costuma ser chato e previsível) mais interessante ao misturá-la com a influência setentista.



Os Cascavelletes (1988) – Os Cascavelletes

A banda foi formada em 1987 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Mostra influencias do rock a billy dos anos 50, e de bandas dos anos 60 como Beatles e Rolling Stones. A maioria das letras falam sobre drogas e sexo, devido a isso ficaram conhecidos por criar um novo estilo musical chamado de pornobilly.
Ainda em 87, os cascavelletes gravaram sua primeira demo, pela gravadora undergroundVortex (gravadora da banda Os Replicantes) e só no ano seguinte lançaram o primeiro EP oficial com o nome de Os cascavelletes, que foi o álbum mais vendido em 1988 no Rio Grande do Sul.
Neste disco a banda era formada por Alexandre Barea (bateria), Frank Jorge (baixo), Nei Van Soria (guitarra) e Flávio Basso, mais conhecido como Júpiter Maçã, nos vocais.
A primeira faixa é Carro Roubado que segue a linha do rock’n'roll dos anos 60, e na letra mostra que a banda tem rebeldia a oferecer. Logo nas próximas faixas, Morte por tesão eMenstruada, já é notório o motivo que fez com que os cascavelletes ficassem conhecidos como uma banda de pornobilly, a primeira fala sobre a vontade do homem de dar prazer a mulher a ponto de faze-la morrer de tanta satisfação, e a segunda sobre um cara que quer “agarrar” a mulher mesmo ela estando menstruada.
A musica Ugagogobabagô tem uma letra pouco compreensível, assim como o título da musica, mas é a mais animada do álbum, com alguns momentos que lembra até o punk rock dos Ramones.
No final do disco entram as faixas mais comerciais, Estou amando uma mulher é uma canção romântica, e a ultima faixa, Jéssica Rose (que neste EP está em uma versão ao vivo, mas depois foi gravada em versão de estúdio em outro álbum) é a canção mais pop do álbum, a letra é como uma declaração de amor um tanto diferente, com frases do tipo “Jéssica Rose, eu queria te amarrar, numa cadeira de cimento e depois te lançar no mar”.






Detonautas Roque Clube – Psicodeliamorsexo&Distorção

Este é o terceiro álbum do Detonautas, e ao contrário dos trabalhos anteriores, que apresentavam uma sonoridade mais pop, este tem músicas mais pesadas e em alguns momentos mostra influencias de rock alternativo.Neste álbum a banda contava com Tico Santa Cruz (vocal), DJ Cléston (Percussão), Renato Rocha (guitarra), Rodrigo Netto (guitarra), Tchello (baixo) e Fábio Brasil (bateria). Este disco foi o último que teve a participação do guitarrista Rodrigo Netto, que foi assassinado em 2006 durante um assalto.Na primeira faixa, No escuro o sangue escorre, já pode-se notar que o som da banda está um tanto diferente, pois é bem menos pop do que o Detonautas fazia anteriormente. Em seguida vem Não reclame mais, que segue a linha da primeira com um instrumental bastante pesado. Merecem destaque também Assim que tem que ser, que tem um ótimo refrão, e Apague a luz, que tem riffs muito rápidos e a bateria deixa a música bastante empolgante. Chama a atenção também o vocal de Tico, que nesta faixa está mais agressivo.Apenas em algumas músicas como Dia comum, Tudo que eu falei dormindo Um pouco só do seu veneno, o apelo pop se mostra presente, mas apesar disso são faixas interessantes.O ponto fraco do disco são as músicas Sonhos verdes e Insone que são um pouco cansativas. No final do disco ainda há uma faixa escondida; The wrong life in the right way, que é cantada em espanhol, com o refrão em inglês, e mostra influencias de uma sonoridade mais moderna, mas é uma ótima faixa e encerra muito bem o álbum.




Fiuk - Sou eu (2011)

Óbvio que esse não é o meu tipo favorito de música. Ouvi o disco só porque gostei da música de trabalho, Quero toda noite, que tem participação do Jorge Ben Jor e sonoramente parece mais uma música do Ben Jor com participação do Fiuk. Mas quando ouvi o álbum todo, acabou que não achei ruim não.
Em geral as letras são fracas e o Fiuk não é um grande vocalista. Quanto à sonoridade, é um disco "a procura da batida perfeita". Ele passa por diferentes estilos tentando acertar, algumas vezes acerta.
O disco começa com Cada um na sua,  que assim como Nada vai me pararé uma música que se fosse cantada por um cabeludo ou algum roqueiro moderninho e tivesse guitarras um pouquinho mais distorcidas, seria considerada "rock" por todo mundo, mas como é cantada pelo Fiuk, provavelmente os modernões hipócritas vão falar que é "emo pop de viado". 
A faixa título é uma canção romântica completamente comercial, mas isso não quer dizer que é ruim. Ao contrário de Sempre mais, que segue a mesma linha, mas tenta ter uma sonoridade forte, coisa que a voz de Fiuk não consegue acompanhar. Mais calma ainda são as faixas Foi preciso você Quando lembrar, que apesar de ter uma cara de trilha sonora da Malhação é agradável de se ouvir. Nela a voz do cantor se encaixa melhor.
O destaque fica para As vezes sou tão criança, que de início parece ser uma música do Lulu Santos. Do disco todo é a faixa com a melhor letra (o que não é tão difícil, já que as outras são muito fracas). E o disco se encerra com uma boa versão de Blowin in the wind, de Bob Dylan. Apesar de algumas coisas, é um bom disco, possível de se ouvir mais de uma vez.






Foo Fighters - Wasting Light (2011)

Nunca fui muito fã do Foo Fighters, mas sei lá por que resolvi ouvir esse disco. O começo do álbum foi bastante desanimador, achei seria inteiramente ruim. A primeira faixa, Bridge Burning, começa bastante pesada, mas logo perde a força. E as músicas seguintes também são pouco empolgantes.
A quarta faixa, White Limo, que fez com que a banda concorresse ao Grammy de Melhor Performance Hard Rock/Metal, foge completamente do estilo que a banda mostra nas músicas anteriores. Pode agradar os fãs de New Metal e até de Metalcore. Também merece destaque These Days, que apesar de ter um instrumental um tanto meloso, tem um refrão contagiante.
Back and Forth, que também é o nome do documentário com filmagens das gravações do disco, é uma das músicas mais animadas de Wasting Light. E o grande destaque fica para Walk, que fez com que o Foo Fighters ao Grammy de Melhor Performance Rock e Melhor Música Rock. Esta faixa tem um instrumental simples, mas bastante interessante. Combinado com o vocal de Dave Grohl, que principalmente nas partes mais pesadas, mostra ser de ótima qualidade, a faixa encerra com chave de ouro um disco nem tão bom assim.