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domingo, 22 de março de 2015

Voodoo Jive: The best of Screamin' Jay Hawkins

Como diz o nome, o disco tem as melhores músicas do precursor do Shock Rock, que com suas performances teatrais e macabras no palco, influenciou artistas como Alice Cooper, Kiss, e todas essas bandas que fazem do show um espetáculo teatral com o intuito de chocar. No palco, Hawkins usava acessórios de voodoo, saia de dentro de um caixão e cantava como um maluco.
Esse disco começa com seu maior sucesso, I put a spell on you, de 1956, que já define o estilo todo do disco. Gritos da voz potente de Hawkins e um som baseado no blues que por vezes é macabro e outras vezes parece que foi feito por alguém com sérios problemas mentais. A segunda faixa, Little demon, também merece ser citada. A música, que de longe se percebe que foi feita por volta das décadas de 1950 e 1960, é bastante animada e tem um refrão que seria algo como "hmbapmabmmba hmbababapmba" e outros gemidos indecifráveis. 
Entre as variações de som durante o disco, há músicas românticas, como Person to person, onde chama a atenção a força da voz de Screamin Jay Hawkins; e You made me love you, que apesar de ser uma musiquinha muito bonita, o vocalista também dá seus gritos estranhos. Em se tratando do fato de que o músico tinha a intenção de chocar, a faixa I hear voices é, nesse disco, a que mais consegue atingir o objetivo.  Orange colored sky que ficou conhecida pela versão de Nat King Cole, e recentemente foi gravada por Lady Gaga, também está no disco, mas claro, com o estilo esquisito do Screamin Jay Hawkins. Em geral, o disco é um ótimo resumo da obra desse artista.






quinta-feira, 19 de março de 2015

Velotroz - A banda do futuro apresenta espelho de sharmene (2012)

De início percebe-se que trata-se de mais uma banda de rock moderninho, mas logo após a introdução o som fica mais surpreendente. A letra da primeira faixa, Moda de samba, somada ao rock com elementos da MPB e samba, traz um resultado interessante. Em Louva Deusa voz de Giovani Cidreira, com seu sotaque soteropolitano (que por vezes faz o som parecer um Lirinha um pouco mais modernizado) se encaixa perfeitamente com o instrumental, que tem a bateria seguindo uma linha de samba e as guitarras e teclado dando uma sonoridade de rock setentista.
A capa do disco (uma mulher nua sentada, coberta apenas por um pano, deixando apenas um seio à mostra) resume bem o Velotroz, dando um ar "vintage", mas ao mesmo tempo "quero ser moderno". Não costumo me interessar por bandas e artistas que fazem questão de ter "letras inteligentes" o tempo inteiro, me soa um tanto forçado, mas o som faz o EP valer a pena. É interessante a forma como os músicos conseguem deixar a modernice do rock alternativo atual (que costuma ser chato e previsível) mais interessante ao misturá-la com a influência setentista.



Os Cascavelletes (1988) – Os Cascavelletes

A banda foi formada em 1987 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Mostra influencias do rock a billy dos anos 50, e de bandas dos anos 60 como Beatles e Rolling Stones. A maioria das letras falam sobre drogas e sexo, devido a isso ficaram conhecidos por criar um novo estilo musical chamado de pornobilly.
Ainda em 87, os cascavelletes gravaram sua primeira demo, pela gravadora undergroundVortex (gravadora da banda Os Replicantes) e só no ano seguinte lançaram o primeiro EP oficial com o nome de Os cascavelletes, que foi o álbum mais vendido em 1988 no Rio Grande do Sul.
Neste disco a banda era formada por Alexandre Barea (bateria), Frank Jorge (baixo), Nei Van Soria (guitarra) e Flávio Basso, mais conhecido como Júpiter Maçã, nos vocais.
A primeira faixa é Carro Roubado que segue a linha do rock’n'roll dos anos 60, e na letra mostra que a banda tem rebeldia a oferecer. Logo nas próximas faixas, Morte por tesão eMenstruada, já é notório o motivo que fez com que os cascavelletes ficassem conhecidos como uma banda de pornobilly, a primeira fala sobre a vontade do homem de dar prazer a mulher a ponto de faze-la morrer de tanta satisfação, e a segunda sobre um cara que quer “agarrar” a mulher mesmo ela estando menstruada.
A musica Ugagogobabagô tem uma letra pouco compreensível, assim como o título da musica, mas é a mais animada do álbum, com alguns momentos que lembra até o punk rock dos Ramones.
No final do disco entram as faixas mais comerciais, Estou amando uma mulher é uma canção romântica, e a ultima faixa, Jéssica Rose (que neste EP está em uma versão ao vivo, mas depois foi gravada em versão de estúdio em outro álbum) é a canção mais pop do álbum, a letra é como uma declaração de amor um tanto diferente, com frases do tipo “Jéssica Rose, eu queria te amarrar, numa cadeira de cimento e depois te lançar no mar”.






Detonautas Roque Clube – Psicodeliamorsexo&Distorção

Este é o terceiro álbum do Detonautas, e ao contrário dos trabalhos anteriores, que apresentavam uma sonoridade mais pop, este tem músicas mais pesadas e em alguns momentos mostra influencias de rock alternativo.Neste álbum a banda contava com Tico Santa Cruz (vocal), DJ Cléston (Percussão), Renato Rocha (guitarra), Rodrigo Netto (guitarra), Tchello (baixo) e Fábio Brasil (bateria). Este disco foi o último que teve a participação do guitarrista Rodrigo Netto, que foi assassinado em 2006 durante um assalto.Na primeira faixa, No escuro o sangue escorre, já pode-se notar que o som da banda está um tanto diferente, pois é bem menos pop do que o Detonautas fazia anteriormente. Em seguida vem Não reclame mais, que segue a linha da primeira com um instrumental bastante pesado. Merecem destaque também Assim que tem que ser, que tem um ótimo refrão, e Apague a luz, que tem riffs muito rápidos e a bateria deixa a música bastante empolgante. Chama a atenção também o vocal de Tico, que nesta faixa está mais agressivo.Apenas em algumas músicas como Dia comum, Tudo que eu falei dormindo Um pouco só do seu veneno, o apelo pop se mostra presente, mas apesar disso são faixas interessantes.O ponto fraco do disco são as músicas Sonhos verdes e Insone que são um pouco cansativas. No final do disco ainda há uma faixa escondida; The wrong life in the right way, que é cantada em espanhol, com o refrão em inglês, e mostra influencias de uma sonoridade mais moderna, mas é uma ótima faixa e encerra muito bem o álbum.




Fiuk - Sou eu (2011)

Óbvio que esse não é o meu tipo favorito de música. Ouvi o disco só porque gostei da música de trabalho, Quero toda noite, que tem participação do Jorge Ben Jor e sonoramente parece mais uma música do Ben Jor com participação do Fiuk. Mas quando ouvi o álbum todo, acabou que não achei ruim não.
Em geral as letras são fracas e o Fiuk não é um grande vocalista. Quanto à sonoridade, é um disco "a procura da batida perfeita". Ele passa por diferentes estilos tentando acertar, algumas vezes acerta.
O disco começa com Cada um na sua,  que assim como Nada vai me pararé uma música que se fosse cantada por um cabeludo ou algum roqueiro moderninho e tivesse guitarras um pouquinho mais distorcidas, seria considerada "rock" por todo mundo, mas como é cantada pelo Fiuk, provavelmente os modernões hipócritas vão falar que é "emo pop de viado". 
A faixa título é uma canção romântica completamente comercial, mas isso não quer dizer que é ruim. Ao contrário de Sempre mais, que segue a mesma linha, mas tenta ter uma sonoridade forte, coisa que a voz de Fiuk não consegue acompanhar. Mais calma ainda são as faixas Foi preciso você Quando lembrar, que apesar de ter uma cara de trilha sonora da Malhação é agradável de se ouvir. Nela a voz do cantor se encaixa melhor.
O destaque fica para As vezes sou tão criança, que de início parece ser uma música do Lulu Santos. Do disco todo é a faixa com a melhor letra (o que não é tão difícil, já que as outras são muito fracas). E o disco se encerra com uma boa versão de Blowin in the wind, de Bob Dylan. Apesar de algumas coisas, é um bom disco, possível de se ouvir mais de uma vez.






Foo Fighters - Wasting Light (2011)

Nunca fui muito fã do Foo Fighters, mas sei lá por que resolvi ouvir esse disco. O começo do álbum foi bastante desanimador, achei seria inteiramente ruim. A primeira faixa, Bridge Burning, começa bastante pesada, mas logo perde a força. E as músicas seguintes também são pouco empolgantes.
A quarta faixa, White Limo, que fez com que a banda concorresse ao Grammy de Melhor Performance Hard Rock/Metal, foge completamente do estilo que a banda mostra nas músicas anteriores. Pode agradar os fãs de New Metal e até de Metalcore. Também merece destaque These Days, que apesar de ter um instrumental um tanto meloso, tem um refrão contagiante.
Back and Forth, que também é o nome do documentário com filmagens das gravações do disco, é uma das músicas mais animadas de Wasting Light. E o grande destaque fica para Walk, que fez com que o Foo Fighters ao Grammy de Melhor Performance Rock e Melhor Música Rock. Esta faixa tem um instrumental simples, mas bastante interessante. Combinado com o vocal de Dave Grohl, que principalmente nas partes mais pesadas, mostra ser de ótima qualidade, a faixa encerra com chave de ouro um disco nem tão bom assim.




sábado, 19 de outubro de 2013

Baiano e os novos Caetanos - Baiano e os novos Caetanos (1974)

Soube da existência desse disco quando assisti o Quatro Coisas (de fato, um dos melhores canais que existem no youtube) sobre Chico Anysio. Por ser do Chico e Arnaud Rodrigues, a primeira coisa que eu pensei é que seria um álbum com letras engraçadas e cheio de humor, gracinhas e tudo mais. E como gosto muito disso tudo, fui atrás de ouvir. Acontece que só algumas vezes é possível ouvir palmas e risos, mas isso acontece em poucos momentos. 
Em geral, o disco apresenta músicas de ótima qualidade, que misturam diferentes gêneros como o samba, sertanejo e ritmos nordestinos. Em alguns momentos é possível perceber até a presença do rock progressivo, principalmente em Dendalei. As letras, em sua maioria, usam o bom humor para esconder as críticas à ditadura e ao governo.
Os destaques ficam para Ciranda, onde a narração de Baiano (personagem interpretado por Chico Anysio na banda) é feita sobre um ritmo calmo e agradável;Folia de rei, que mostra influencia da música sertaneja e de bandas progressivas nacionais dos anos 70; e Selva de feras, onde a influência nordestina fica explicita, principalmente pelo uso da sanfona.






sábado, 8 de junho de 2013

The Whispers - Love Story (1972)

O The Whispers é uma banda de R&B da década de 70, com uma levada do soul e um ótimo conjunto de vozes, que faz sentir todo o clima da época quando se tem em mente um estereótipo sobre música negra setentista. Love Story foi lançado em 1972, e trata-se de um disco que começa parecendo ser mais do mesmo, mas logo começa a misturar algumas coisas que o tornam interessante.
O álbum abre muito bem com a romântica Your love is so good, mas logo em seguida deixa a impressão que o disco inteiro será de uma melação cansativa.
As coisas começam a mudar em There's a love for everyone, onde além do destaque da voz de Wallace Scotty Scott, é possível perceber que, apesar de ser tratar de um álbum que fala sobre amor, a sonoridade do grupo foge do tradicional em alguns momentos, sendo que essa faixa tem até alguns momentos que passam perto do funk (que vai voltar a mostrar sua influência em Hopeless situation).
A partir daí o ouvinte acorda do sono inicial. Merece destaque também You fill my life with music, também pelo mesmo motivo da anterior; e o soul-melancólico-com-refrão-alegre-e-uma-guitarrinha-quase-bluegrass You're what's been from my life.





sábado, 18 de maio de 2013

Liverpool - Por favor sucesso (1969)

Por favor sucesso é o único disco da banda gaúcha Liverpool.  É difícil definir o gênero de som da banda, mas ela pode agradar os que gostam do tradicional rock inglês, MPB, o som do tropicalismo e, principalmente, psicodelismo.
Em geral o que mais chama a atenção no disco é a criatividade da banda e versatilidade ao misturar os estilos, fazendo com que por muitas vezes a música surpreenda fugindo do previsível. 
O vocalista, Fughetti Luz, apresenta uma voz agradável que consegue se adaptar à mistura de ritmos do Liverpool. Também fazendo com que as faixas não pareçam repetitivas estão Edinho Espíndola, na bateria, e Pekos, no baixo. O psicodelismo, na maioria das músicas, fica por conta da guitarra base de Marcos Lessa, e da guitarra solo de Mimi Lessa, que fazem as combinações entre si perfeitamente, tanto nos solos quanto nas bases, onde em diversas músicas a guitarra solo é bastante ativa.
Para os que gostam de MPB, as faixas mais indicadas são Você gosta e Planador. As faixas mais psicodélicas são Impressões digitais, Olhai os lírios do campo e Água Branca, que em alguns trechos tem uma sonoridade até que pesada, para a época, indo para um lado de bandas como era o Made In Brazil no final dos anos 60. Tão Longe de mim lembra o que era feito por bandas dos anos 60 como Os Brasas e The Brazilian Bitles.
Em relação às letras, apesar de ter um dos instrumentais mais sem graça do disco, a última faixa, Paz e amor, tem uma letra nacionalista que faz com que valha a pena ouví-la. Mas a música que mais merece destaque é 13º andar, que com toques cadenciados e uma levada lenta na bateria, unidas à uma letra simples, resulta em uma canção com um ar um tanto depressivo, mas muito interessante.






segunda-feira, 13 de maio de 2013

Silvinha Araújo - Silvinha (1971)

Silvinha é uma das cantoras mais importantes da Jovem Guarda, mas esse disco foge do que se espera quando se fala em Jovem Guarda. Gravado em 1971, o álbum sem título mostra músicas completamente influenciadas pelo som do início da década de 70, como o rock progressivo, com muito psicodelismo, e até com um pouco da sonoridade da Black Music.
Neste álbum Silvinha mostra uma voz bastante forte e aguda, que em alguns momentos chega a ter uma rouquidão no estilo de Janis Joplin, principalmente na versão com guitarras distorcidas de Paraíba, de Luiz Gonzaga (uma das melhores do disco). As letras, na maioria das vezes, são extremamente simples e diretas, como costumava ser com a maioria dos músicos da Jovem Guarda.
Os destaques ficam para Você já morreu e se esqueceu de deitar Estou pedindo baby, que tem um ritmo dançante com forte influência da black music. Na versão de Risque, de Ary Barroso, com um instrumental psicodélico, Silvinha também mostra bastante potência em sua voz.






sábado, 20 de abril de 2013

Melanie - Gather me (1971)

O disco de 1971 já mostra pela capa que é de uma cantora comum dos anos 70: com um cabelo bagunçado, roupas de hippie, que com certeza toca no violão músicas para os fãs de Bob Dylan e Janis Joplin. Aí você começa a ouvir e é isso mesmo. Um som folk bem bonitinho, com uma voz agradável. 
A faixa Some day i'll be a farmer é como uma pré-Mallu Magalhães, tanto na voz, quando no modo de cantar, e até na letra sobre querer uma vida tranquila e monótona. A única diferença é que Melanie ousa chegar a tons mais altos, dando até uns gritos, coisa que a Mallu não costuma fazer.
Em Ring the living bell-shine a cantora segue um estilo um pouco diferente, com uma canção um pouco mais animada, onde sua voz foge da calmaria tradicional, deixando perceber que apesar de não utilizar sempre, ela tem uma capacidade vocal que poderia ser mais bem aproveitada. Porém, vale lembrar que a voz calminha, beirando a monguice, faz parte do folk, ela não poderia fazer diferente. 
Em geral Gather me não apresenta quase nada que já não tenha sido feita por outros tantos cantores de 60 e 70, mas para quem não procura novidade, e sim uma musiquinha agradável de se ouvir, é um bom disco.






quinta-feira, 18 de abril de 2013

Camille Yarbrough - The iron pot cocker (1975)

Esse álbum tem muito do que já se espera quando se vê um disco de uma cantora negra dos anos 70, e justamente por isso é muito bom. Com elementos do funk, soul e jazz, uma das coisas que mais chama a atenção é a forte presença do baixo. A voz de Camille varia entre um canto forte e algumas narrações. 
Em algumas faixas a sonoridade chega a ser um tanto psicodélica; como em All hid, onde ao misturar as narrações com a linha de baixo, que segue o estilo soul dos anos 60, a música fica com um clima bastante tenso.
As faixas que merecem destaque são Ain't it lonely feeling, uma música romântica com um pouco da melancolia do blues; e Take yo' praise, a melhor e mais conhecida do disco. Nela o baixo também tem muito destaque, a voz de Camille é bem explorada, e em geral a música já mostra influência do jazz e funk.






terça-feira, 16 de abril de 2013

Black Junior's - Break (1984)

Tive curiosidade de ouvir esse álbum porque soube que era o primeiro disco de RAP brasileiro. Depois descobri (por aqui)que, na verdade não se sabe exatamente onde foi o início desse estilo musical no Brasil. Mas sendo ou não o primeiro, Break é de grande importância para o RAP nacional. 
Neste disco é possível ouvir a sonoridade dos anos 80 e conhecer um pouco mais sobre o início do gênero no Brasil. Ao contrário do que é comum hoje em dia, as letras não falavam sobre crimes, racismo, violência, e tudo aquilo que ouvimos hoje. Na maioria das vezes eram letras românticas, cantadas em uma batida animada. 
Também ao contrário do que se pode ouvir hoje, estas letras românticas não eram como as de artistas como Emicida e Projota. Eram menos trabalhadas, mais simples, e pode-se dizer até que eram mais infantis. Mas provavelmente a ideia do disco era essa, afinal, os integrantes do grupo eram todos muito jovens. Não seria tão convincente ver um adolescente cantando letras complexas sobre amor.
O destaque fica para Mas que linda estás, o grande clássico do Black Junior's



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Clarice Falcão - EP (2012)

Esse EP foi lançado recentemente, mas não tenha nada que seja grande novidade pra quem vive na internet. Afinal, a maioria das músicas já eram conhecidas por terem sido postadas no canal da cantora no Youtube. A mais conhecida, Oitavo andar, ela interpretou em um vídeo no canal da Parafernalha.
De qualquer modo, como música boa vende, ao contrário do que argumentam alguns alternativinhos fracassados que não conseguem vender discos, mesmo com músicas que já eram encontradas de graça na internet, logo depois de ser lançado o EP já estava entre os cinco mais vendidos no iTunes Store.
A primeira das quatro faixas é justamente Oitavo Andar (que tem um ótimo clipe no canal da Porta dos Fundos). A canção que mistura aquele instrumental bem calminho que a  galerinha alternativa curte e a voz doce de Clarice com uma letra ironicamente trágica já mostra o que será encontrado no EP: músicas bonitas cantadas por uma psicopata. Na faixa seguinte, Macaé, ainda no mesmo clima da música anterior, ela faz sua declaração de apaixonada obsessiva.
É difícil escolher uma música favorita, já que todas seguem a mesma levada e as letras são sempre bastante criativas. A terceira faixa, De todos os loucos do mundo, além do som do Ukelele que já conquista logo de cara, tem uma letra sobre um assunto que muitos vão se identificar. Por fim, Monomania, é a única que não parece feita por uma doente mental. A mais romântica e séria deste trabalho.
O único problema, apesar de compreensível, já que é só um EP, é a quantidade de músicas. Pra quem não gosta de esperar vem a vontade de que ela lance um CD com mais músicas logo depois que você termina de ouvir as quatro faixas.




domingo, 20 de janeiro de 2013

The Marmelade - Reflections of marmelade (1970)

O disco, da banda escocesa The Marmelade, foi lançado em 1970. Tem tudo para agradar os fãs de Beatles e Stones, e os que gostam do som dos anos 70, com toda aquela vibe Flower Power coisa e tals. Logo na primeira faixa, a animada Super Clean Jean, já é possível entender o estilo do álbum. Na música seguinte, Carolina on my mind, com vozes acompanhando o vocal principal de Dean Ford, a melodia fica bastante agradável. E o disco segue dessa maneira, com uma sonoridade calma.
A banda foge um pouco do estilo mostrado nas primeiras músicas na faixa Kaleidoscope, onde o som é segue uma linha mais psicodélica. O grande hit do disco, que na verdade é o maior hit de toda a carreira da banda, é Reflections of my life. A música tem uma letra melancólica, e seu instrumental a deixa bastante emocionante. Em geral, para quem gosta desse estilo de som, o disco é bem melhor do que muitos clássicos por aí.






Minnie Riperton - Perfect Angel (1974)

É nesse disco que se encontra o maior sucesso de Minnie Riperton, Lovin' You, provavelmente conhecido por todas as pessoas do mundo. Como sabem, o que mais chama a atenção nessa música é o agudo no final do refrão, que Riperton consegue fazer sem perfeitamente. Em outras faixas do disco, como Reasons, também é possível ouvir os agudos que a cantora consegue alcançar sem muito esforço.
Perfect Angel contou com Stevie Wonder na produção, e participando em algumas faixas tocando bateria e teclado. O disco, além de Lovin' You, conta com outras canções românticas, como Take a little trip, onde é possível perceber as influências da ópera na formação musical da cantora, que iria focar sua carreira nesse gênero antes de se interessar pelo Soul e Rythim and Blues.
A faixa Seeing you this way, com uma levada simples na bateria, acompanhada de uma linha de baixo que se encaixa perfeitamente com o teclado, se torna uma das melhores do disco. Também vale a pena escutar Every time he comes around, principalmente pela boa presença da guitarra na música. 






Enigma - MCMXC a.d

Vi esse álbum pela primeira vez enquanto mexia nos discos da minha avó, em meio a diversas coisas antigas que haviam na casa dela (revistas, livros, fitas VHS). Quando eu olhei para a capa, achei um tanto obscura, o que logo me chamou a atenção... Eu tinha na época uns 15 anos e era fã de Heavy Metal, especialmente do Black Sabbath. Nessa idade se você gosta dessas coisas, acaba sendo influenciado, e por isso sentia certa atração por tudo que me parecesse obscuro. 
Quando perguntei a ela que disco era esse, ela me disse que era do meu tio e que "parece" que algumas pessoas que tinham o escutado haviam enlouquecido e até cometido suicídio. Alguns dias depois a história me foi confirmada por um vizinho que me disse que o disco foi lançado em 1978 e realmente, pessoas se mataram ouvindo.
Depois descobri que tudo era uma grande lenda e que, como eu desconfiava, meu vizinho era apenas um mentiroso, até porque o disco só foi lançado em 1990. Mas de qualquer modo quando eu o ouvi, me interessei pelo som, que achei bastante original, e comecei a escutá-lo frequentemente. Depois baixei os outros discos do Enigma, e comecei a pesquisar mais sobre o grupo.
O projeto foi criado e produzido pelo músico e compositor Michael Cretu, pouco tempo depois dele se casar com a cantora Sandra Cretu, em 1988. O músico já havia participado de outros projetos musicais na década de 1970 e 80, mas só conseguiu dar início a algo que vingasse em 1990. Neste ano ele começou a trabalhar em um novo estilo de New Age dance, e lançou o primeiro álbum do Enigma: MCMXC a.D. 

O instrumental do disco era baseado em batidas dançantes bastante sensuais, enquanto os vocais na maioria das vezes variavam entre a voz de Sandra e cantos gregorianos. Como obviamente o disco causaria polêmica, Cretu preferiu esconder seu nome sob o pseudônimo de M.C Curly, e a contracapa do álbum não tinha muita informação sobre os integrantes do grupo, deixando um ar de mistério sobre quem fazia parte do projeto... O que tornou o disco ainda mais atraente para mim, que procurava alguma coisa "obscura".
O álbum, apesar de não ser conhecido por todos, fez um certo sucesso na época e acabou influenciando outros grupos que se inspiram no canto gregoriano, como por exemplo o Era e outros grupos de New Age.
Antes da primeira música há uma introdução. "The Voice Of Enigma", que pode ser ouvida em todos os álbuns, mas sempre de uma forma diferente. Em MCMXC a.D, o instrumental da introdução já passa uma sensação de calma, enquanto a narração pede para o ouvinte relaxar, apagar a luz e deixar se guiar pelo ritmo.
Logo em seguida começa o primeiro movimento, "The Principles of Lust", que é dividido em três faixas. A primeira, "Sadeness", é a música do disco que conseguiu mais sucesso comercial. Isso pelo fato de misturar o canto gregoriano com uma batida moderna, sendo algo que ainda não havia sido feito na música. A letra questiona os hábitos do Marquês de Sade, tentando entender seu gosto pela dor e prazer. Ainda no primeiro movimento vem a faixa "Find Love", que dá a entender que o ouvinte deve seguir seus instintos de luxuria até encontrar o que procura. Para fechar essa parte do disco, como uma reprise, o refrão de Sadeness continua até terminar o movimento.
A faixa seguinte é "Callas Went Away", a menos interessante do álbum. No entanto, logo depois dela vem uma das melhores músicas: "Mea Culpa", que também conseguiu algum sucesso comercial e foi remixada por vários DJs da Europa.
A seguinte, "The Voice and The Snake", pode soar um tanto estranha, mesmo comparado ao restante do álbum, que mostra algo bastante diferente, quando não se está acostumado com esse tipo de som. A letra é como uma narração do Apocalipse segundo a Bíblia Sagrada. Em seguida "Knocking on Forbidden Doors", é outra que até chamaria a atenção na época, por ser algo novo, bastante original. Mas comparada às outras faixas do disco não tem tanto destaque. 
Encerrando o disco vem mais um movimento formado por três faixas. A primeira é "Way To Eternity", que é como uma introdução ao movimento onde os cantos clamam a Deus pedindo para que os livre da morte. A segunda parte, "Hallelujah", tem um instrumental muito agradável e a narração cita algumas frases que foram ditas na introdução do disco. "The Rivers of Belief", que encerra o movimento, é a única faixa onde Michael Cretu canta, e é também uma das melhores faixas. Em um momento da música o instrumental para completamente e uma voz masculina cita um trecho do Livro do Apocalipse, depois voltam os instrumentos, que de fato, nessa música são bastante interessantes, e Cretu volta a cantar terminando com a frase "vamos descansar em paz nos meus rios de crença". A música termina e voltam alguns sons que aparecem na introdução do disco, e assim encerra-se MCMXC a.D.
Michael Cretu

Pelo fato do álbum unir referências religiosas à uma grande dose de erotismo, obviamente surgiram algumas polêmicas fazendo com que fosse banido em diversos países. O vídeo clipe de Principles of Lust foi proibido de ser exibido na MTV, e outras emissoras de televisão se recusaram a exibir os vídeos do Enigma. Mas ainda assim o álbum conseguiu superar as expectativas em questão de popularidade, rendendo até discos de ouro e de platina.
Porém o Enigma provavelmente não vai agradar ouvidos acostumados com músicas "tradicionais". É um projeto para ser ouvido por quem gosta de experimentalismo e procura algo diferente. Com as faixas do disco é possível relaxar e até meditar, do mesmo modo que é possível dançar com a batida das músicas.